“Divertida Mente 2” revisita o fascinante universo emocional de Riley, agora na fase turbulenta da adolescência. A sequência se aprofunda na mente em transformação, oferecendo uma perspectiva mais madura e enriquecedora sobre o impacto das novas emoções na vida de uma jovem adolescente.
Divertida Mente 2 é um dos filmes que fazem pensar em como o ser humano é complexo e como existe algo dentro de cada um que luta e busca o melhor para nós.
O filme traz uma abordagem um pouco mais madura com relação às emoções que já conhecíamos antes: a Alegria, o Medo, a Tristeza, o Nojinho e a Raiva, que estão ligeiramente mais controladas. Fala muito sobre inteligência emocional e como, em muitos momentos, controlar as emoções é uma tarefa muito difícil, tanto para adultos quanto para crianças.
Quando você assiste ao primeiro filme, descobre a importância dessas emoções primárias no desenvolvimento de uma criança e lembra do seu passado como criança, da sua infância, das coisas que viveu, dos momentos em que seus pais tiveram que lidar com você. Agora, nesta sequência, a história mostra Riley aprendendo a controlar ainda mais as novas emoções que surgem com sua entrada na adolescência.
É importante falar sobre o conhecimento de inteligência emocional que o filme apresenta nesta sequência: são as convicções. As primeiras cenas se concentram em explicar a importância das vivências e das misturas de emoções que estas experiências proporcionam à personagem, tornando-a quem é e oferecendo um aprendizado para a audiência de tamanho inimaginável.
Assim, as emoções primárias se concentram em moldar as convicções que controlam quem a personagem é, mas algumas escolhas podem refletir em problemas ao longo do filme. Enquanto Riley se prepara para uma grande experiência de sua vida, talvez a primeira e mais importante como adolescente, vemos seu corpo se transformando e mudando a central de controle das emoções, onde conhecemos os personagens e onde boa parte do filme se passa, preparando o terreno para a entrada de novas emoções.

Quem chega primeiro é a emoção da Ansiedade, trazendo consigo não só uma mistura de sentimentos relacionados à ansiedade, como fala rápida, confusa e talvez engraçada, mas também três novas emoções: a Inveja, o Tédio e a Vergonha.
O filme consegue adicionar elementos interessantes à narrativa e ao cenário, trazendo piadas, falas e diálogos que se assemelham à vivência da adolescência, como o personagem do Tédio, que usa um smartphone, a Vergonha, que fica com a mão suada, a Inveja, que deseja ter feito coisas que os outros fizeram, e o embate com as emoções principais que já comandavam a torre de controle.

Segundo a personagem Ansiedade, Riley exige emoções sofisticadas para viver a adolescência, onde descobre que suas amigas talvez não estejam mais com ela, precisa fazer novas amizades e enfrenta os desafios do ensino médio e da vida de adolescente, que podem ser complicados demais. Assim, a Ansiedade se torna a antagonista da narrativa, ou vilã, quando expulsa as emoções primárias da torre de controle e se torna a principal controladora da mente de Riley.
A Ansiedade pode ser vista por muitos como algo que não existe, e nisso o filme acerta; talvez nossos pais e pessoas de outras gerações não entendam o que é ansiedade. Ela pode ser uma emoção boa, mas também ter momentos ruins; todos nós precisamos de ansiedade, assim como de tristeza, inveja, vergonha, raiva e alegria. O filme lida com essa situação de forma sensível, mostrando que mesmo as emoções negativas têm seu papel e importância na construção da nossa psique.
A narrativa retrata de forma comovente a luta das emoções primárias para retornar à Sala de Comando e restaurar o equilíbrio, destacando a importância da cooperação entre todas as emoções para o bem-estar de Riley. A dinâmica entre Ansiedade e as emoções primárias oferece uma metáfora poderosa sobre a integração emocional e a necessidade de aceitar todas as partes de nós mesmos. O filme mantém o humor e a leveza que caracterizaram o primeiro “Divertida Mente”, mas com um toque mais sofisticado e relevante para a nova fase de vida de Riley.

A direção de Kelsey Mann é certeira ao equilibrar humor, drama e reflexões profundas sobre a vida emocional dos adolescentes. O roteiro, escrito por Meg LeFauve e Dave Holstein, baseado em uma história de Mann e LeFauve, é inspirador e cheio de camadas, explorando temas complexos de maneira acessível, mantendo o charme e a leveza que caracterizam as produções da Pixar.
A adaptação e dublagem brasileira de Divertida Mente 2 merecem destaque, conseguindo captar o tom e o espírito da narrativa original. As vozes nacionais adicionam um toque cultural que ressoa bem com o público local, enriquecendo a experiência e garantindo que o humor e a emoção sejam transmitidos de forma autêntica e cativante.
Vale destacar a dublagem da Tatá Werneck (Ansiedade), que surpreendeu ao entregar uma interpretação delicada e digna, mantendo a essência da personagem que merece destaque no filme, e Eli Ferreira (Tédio), que deu voz a uma das emoções mais inusitadas da sequência. Da mesma forma, Dani Calabresa (Nojinho), Otaviano Costa (Medo), Leo Jaime (Raiva) e Katiuscia Canoro (Tristeza) trouxeram uma profundidade maior a cada uma das emoções, de maneira muito agradável e sincera. Além disso, a Alegria, dublada por Miá Mello, merece todos os elogios pela interpretação desta personagem, que brilha junto com sua dubladora.
Ainda sobre o elenco de dublagem, nesta crítica reforçamos a importância da dublagem viva e a valorização do profissional de dublagem, destacando o excelente trabalho dos dubladores de carreira Gaby Milani (Inveja), Fernando Mendonça (Vergonha), Sylvia Salustti (a fofíssima Nostalgia) e Isabella Guarnieri, a adolescente Riley.
Visualmente, Divertida Mente 2 é deslumbrante, mantendo o padrão elevado de qualidade da Pixar. As novas emoções são apresentadas com designs únicos que refletem suas características principais, contribuindo para a narrativa de forma visualmente atraente. A trilha sonora, composta por Andrea Datzman, complementa perfeitamente o tom do filme, reforçando as emoções e o clima de cada cena.
Este é um filme que devemos assistir com toda a família. As crianças precisam entender a importância das emoções e da inteligência emocional, mesmo sendo um assunto considerado adulto. A Disney e a Pixar transformaram isso em uma história que todos conseguem entender. E, claro, para os ansiosos, o filme tem um significado ainda mais especial.
Muitos vão se identificar com a personagem em um momento específico da trama, que, além de emocionante, prende a atenção e é de tirar o fôlego. Se você se emocionou no primeiro filme, prepare-se para se emocionar ainda mais no segundo, que é envolvente, fará você refletir, pensar em assistir novamente e rir, não importa sua idade.
Prepare-se para rir, refletir e se emocionar com esta nova aventura pela mente de Riley.
Divertida Mente 2 estreia nos cinemas brasileiros no dia 20 de junho.
Esta crítica foi produzida a partir de uma cabine de imprensa a convite da Disney Pixar.