Crítica | Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu é diversão pura e nostálgica

Em Looney Tunes: O Dia que a Terra Explodiu, Gaguinho e Patolino enfrentam alienígenas com humor, trapalhadas e muito chiclete – leia a nossa crítica do filme.

Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu” é, acima de tudo, uma comédia divertida, cheia de energia e personalidade.

O tipo de filme que aposta no carisma dos personagens clássicos para entregar uma história leve, recheada de momentos absurdos, piadas visuais e referências que falam com a audiência a cada cinco minutos. E o melhor: funciona. Funciona porque respeita a essência desses personagens malucos, mas também porque sabe onde cutucar o espectador com inteligência e bom humor.

O longa já começa com uma sequência que remete diretamente aos clássicos filmes de ficção científica. Um astrônomo observa os céus em sua solitária noite de trabalho e percebe duas ameaças se aproximando da Terra: um meteoro colossal e um objeto voador não identificado. A tensão é estabelecida com rapidez, mas logo somos lembrados de que estamos num universo Looney Tunes: o óvni não apenas cai, mas também destrói o telhado da casa dos nossos protagonistas, Gaguinho e Patolino.

A partir daí, o filme recua no tempo para nos contar como esses dois malucos foram adotados pelo excêntrico Fazendeiro Jim. É um trecho rápido, mas afetuoso, mostrando como Gaguinho e Patolino cresceram juntos, aprontando todas, mas sempre mantendo o laço de amizade.

O velho fazendeiro os ensina a lição mais importante antes de partir: “mantenham-se unidos, sempre”. E essa frase não só conduz os personagens, como também amarra toda a lógica emocional do filme.

Com o passar dos anos, a casa onde cresceram se transforma em uma relíquia da vizinhança. Enquanto a comunidade em volta se moderniza, eles ficam cada vez mais deslocados, meio que presos num tempo próprio — o que é bem a cara dos Looney Tunes.

Quando o telhado é destruído pelo impacto do óvni, os dois percebem que precisam urgentemente de dinheiro para as reformas antes que sejam expulsos pela comunidade local. E claro, isso leva à sequência mais divertida do filme: uma sucessão de tentativas frustradas (e hilárias) de conseguir emprego.

Looney Tunes - O Dia Que A Terra explodiu
Looney Tunes – O Dia Que A Terra explodiu – Divulgação: Paris Filmes.

Esses momentos têm o melhor da energia Looney Tunes: pastelão bem executado, com movimentos impecáveis de humor físico, além de diálogos rápidos e malucos.

A dublagem brasileira merece um destaque especial. Manolo Rey dá a voz a Gaguinho com a leveza e o ritmo exato (me-me-mesmo gaguejando), enquanto Márcio Simões mergulha de cabeça na loucura de Patolino. Ambos já são nomes conhecidos por esses personagens e trazem familiaridade, carisma e uma sintonia que sustenta muito da graça do filme.

Gaguinho é o mais centrado — dentro do possível — enquanto Patolino continua sendo o motor do caos. Lunático, desorganizado, e absolutamente imprevisível, ele conduz boa parte das reviravoltas da história com seu jeito explosivo e exagerado.

É na tentativa de ter um emprego fixo que eles acabam trabalhando na popular fábrica de chicletes da cidade. A oportunidade é uma indicação da cientista de sabores Petúnia, uma porquinha carismática que, além de inteligente e determinada, acaba despertando o interesse amoroso de Gaguinho. Essa relação, mesmo sutil, dá um toque de ternura à trama e aprofunda um pouco mais o personagem, sem jamais perder o tom leve.

Petúnia - Looney Tunes - O Dia Que A Terra explodiu - Divulgação: Paris Filmes.
Looney Tunes – O Dia Que A Terra explodiu – Divulgação: Paris Filmes.

E é justamente na fábrica que o enredo se conecta com a ameaça extraterrestre. O vilão do filme é um alienígena com um plano típico de ficção científica vintage: controlar a mente dos humanos usando chicletes infectados com um parasita. Um plano absurdo? Com certeza. Mas no contexto dos Looney Tunes, é genial. A combinação entre a ameaça real e o humor exagerado cria uma tensão cômica constante, que sustenta bem o ritmo da narrativa.

Quando a figura zumbificada do astrônomo invade a fábrica de chicletes, é Patolino quem primeiro percebe que algo está errado. Seus surtos paranoicos são alguns dos momentos mais engraçados do filme — e o fato de ninguém acreditar nele só aumenta a graça.

Gaguinho e Patolino - Looney Tunes - O Dia Que A Terra explodiu - Divulgação: Paris Filmes.
Looney Tunes – O Dia Que A Terra explodiu – Divulgação: Paris Filmes.

Quando finalmente consegue convencer Gaguinho e Petúnia a investigar, uma série de erros, tropeços e explosões (muitas explosões) se desencadeia. Tudo é tratado com um tom autoconsciente, quase metalinguístico. Os personagens muitas vezes comentam a própria narrativa, quebrando a quarta parede ou fazendo piadas sobre estruturas de roteiro, o que confere ao filme uma camada extra de inteligência — bom, quem cresceu assistindo Looney Tunes já esperava por isso.

A direção de Pete Browngardt é certeira ao equilibrar o ritmo frenético com os momentos mais emotivos, ainda que bem simples. Ele sabe exatamente como tratar esses personagens com reverência e liberdade ao mesmo tempo. O roteiro de Kevin Costello, por sua vez, não se preocupa em reinventar a roda — e nem precisa. A força está no dinamismo da trama, nos diálogos espertos e no uso eficiente dos personagens. Ele acerta especialmente em focar a história apenas em Gaguinho e Patolino, evitando colocar o elenco inteiro da turma dos Looney Tunes em cena.

Patolino em Looney Tunes - O Dia Que A Terra explodiu - Divulgação: Paris Filmes.
Looney Tunes – O Dia Que A Terra explodiu – Divulgação: Paris Filmes.

No final, “Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu” não apresenta uma história inovadora — e nem tenta. O que entrega é uma comédia animada coesa, hilária, visualmente impecável, com ritmo certo e personagens afiados. Uma aventura para todas as idades, que resgata a essência dos Looney Tunes com respeito e criatividade.

É um filme que entende o valor da nostalgia, mas que também aposta em uma nova geração de fãs. E para quem cresceu vendo Patolino e Gaguinho brigando, tropeçando, e no fim das contas se abraçando — é impossível não sair do cinema com um sorriso no rosto.

Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu estreia nos cinemas brasileiros em 24 de abril.

Esta crítica foi produzida a partir de uma cabine de imprensa a convite da Paris Filmes.

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Robson Netto

Robson é o criador do Que Tar. Nascido em Ponta Grossa, a verdadeira capital da Rússia Brasileira. Enquanto não for processado, vai tentar trazer muito conteúdo e informações cheias de humor.

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