A nova versão do clássico “Branca de Neve” chega aos cinemas como uma obra encantadora que rompe barreiras e desafia polêmicas, divertindo e emocionando públicos de todas as idades. Leia abaixo a nossa crítica completa do filme.
Esta adaptação resgata a magia do conto que marcou gerações, oferecendo uma narrativa original que reverbera os valores eternos da história que inspirou tantos corações.
Logo nos primeiros instantes, o filme nos surpreende com o resgate da abertura original, com uma abertura inspirada em um livro antigo, repleto de adornos que despertam a imaginação. Ao ver as páginas se abrirem em meio a cores e enfeites, somos transportados para um universo onde a fantasia se sobrepõe à realidade. Essa escolha nos convida a redescobrir a inocência e a maravilha da infância, estabelecendo um tom poético que permeia toda a narrativa.
E de fato aqui nós nos tornamos crianças novamente, espectadores de uma história que já nos é familiar, mas que é contada de um jeito novo.

O estilo musical ajuda a narrar a história. O prólogo apresenta a jovem e carismática Branca de Neve, nomeada em homenagem à tempestade de neve que marcou seu nascimento. Criada num reino onde o amor e a harmonia reinavam, a protagonista vive em perfeita sintonia com seus pais e com a natureza ao redor. A canção Good Things Grow embala com alegria e inspiração o início desta história.
Desde o início, somos convidados a acompanhar sua jornada de autoconhecimento e superação, onde desafios se transformam em lições de coragem e esperança.
A cinematografia é um dos pontos altos deste filme. A paleta de cores vibrante combina tons quentes que evocam o aconchego do reino com nuances frias que sugerem momentos de tensão e mistério. Cada enquadramento é cuidadosamente composto, fazendo da fotografia uma verdadeira obra em movimento que realça tanto a beleza dos cenários quanto a profundidade emocional dos personagens. Esse cuidado visual, aliado a uma direção de arte meticulosa, confere ao filme um aspecto quase onírico.

Sob a direção de Marc Webb, a adaptação demonstra um equilíbrio notável entre tradição e inovação. O diretor integra elementos clássicos a inovações surpreendentes, criando uma narrativa que mantém suas raízes enquanto se projeta para o futuro. Cada detalhe, dos figurinos aos cenários, revela uma mistura harmoniosa entre o encanto do passado e toques modernos que rejuvenescem a história.
Os Sete Anões se apresentam como seres mágicos de quase três séculos de idade, mas ainda assim continuam sendo os mesmos que nós amamos – inclusive a Disney acumula acertos nos detalhes de cada um, com traços muito similares com a animação original, unindo a fofura e carisma com características mais realistas. Cada um com uma personalidade única, e os detalhes que remetem à clássica animação se combinam com uma caracterização mais profunda, encantando mesmo aqueles que condenaram a escolha da computação gráfica nestes personagens.
Outro grande acerto do filme é trazer um príncipe que de realeza não há nada no sangue, mas no coração. Jonathan é interpretado por Andrew Burnap, carismático, bonito e engraçado. Na nova história, ele é um rapaz que saqueia comida da cozinha da Rainha para poder alimentar seus amigos, tornando-se um rebelde. As cenas são cômicas, convincentes e bem agradáveis.

Desde os primeiros instantes, a química entre os personagens se manifesta de forma natural e envolvente. Nas cenas iniciais de apresentação, a atuação de Rachel Zegler como Branca de Neve se destaca pela autenticidade. Essa interação, carregada de espontaneidade estabelece um elo poderoso que convida o público a se entregar por completo à narrativa.
Adicionalmente, o filme apresenta um grupo de artistas que se une na luta contra a opressão da Rainha Má, simbolizando a esperança de um novo tempo. Esses personagens complementam os Sete Anões e reforçam a mensagem de que a união e a diversidade são forças transformadoras. A interação entre os grupos gera momentos de humor, tensão e emoção, contribuindo para a riqueza da história.
Rachel Zegler apresenta uma Branca de Neve que irradia beleza, determinação e sensibilidade, combinando uma presença marcante com uma expressividade vocal que enriquece a personagem.

Em contraste, Gal Gadot assume a Rainha Má com intensidade e complexidade, transformando-a em uma figura enigmática e poderosa. Sua performance, realçada por uma maquiagem impecável e uma atuação corporal expressiva, revela tanto a ameaça quanto a vulnerabilidade por trás de sua imponência, tornando a antagonista fascinante e multifacetada.
A trilha sonora desempenha um papel importante, unindo os elementos da narrativa por meio de canções originais que dialogam com a tradição do musical. Cada número é orquestrado com precisão, intensificando as emoções e destacando os momentos decisivos da história. A performance vocal de Gal Gadot se sobressai na canção All Is Fair, transformando a música em uma extensão da personalidade da Rainha Má e reforçando sua presença imponente na tela.

Temas universais como amor, coragem e esperança estão presentes em cada cena. Branca de Neve e seus companheiros mostram que a verdadeira força reside na capacidade de se reinventar e acreditar em um futuro melhor. Essa mensagem é transmitida com delicadeza, transformando o filme em uma celebração da fantasia e em um convite à reflexão sobre os valores que nos unem.

“Branca de Neve” consagra-se como uma obra que sobrevive no tempo e o espaço. A direção de Marc Webb, aliada a atuações impactantes e a uma narrativa visual deslumbrante, resulta em uma adaptação que homenageia o conto original enquanto se reinventa com ousadia. A combinação de elementos tradicionais com inovações criativas oferece uma experiência nostálgica e renovadora, encantando fãs de todas as idades.
Ao combinar elementos do passado com inovações modernas, o filme permanece como um marco verdadeiramente inspirador na história do cinema.
Branca de Neve, da Walt Disney Studios, estreia nos cinemas no dia 20 de março.
Esta crítica foi produzida a partir de uma cabine de imprensa a convite da Walt Disney Studios.